Ou eu nasci muito à frente dos tempos ou muito atrás. Ou o meu lugar no mundo ainda não foi inventado, ou fui feita para um tempo em que nada seria esperado de mim além de procriação. Qualquer uma destas opções parece e até bem que pode ser uma desculpa mas não deixa de ser verdade. Não sei bem se devo culpar a sociedade ou a mim mesma por a minha pessoa como ela é não se enquadrar na roda viva do "emprego". Porque é que crescer e ser economicamente financeiro tem que ser sinónimo de infelicidade monótona e apática? Parece-vos saudável? Que eu duvide das minhas capacidades, que a minha auto-estima estremeça, que me ache menor só por não querer sucumbira ao manto cinzento de dormência que cobre tudo o resto? Ora por um lado me puxam para a convicção de que só se vive uma vez, que as nuvens que vemos só as veremos desta vez, ora me dizem para não sair da fila, para andar ao mesmo ritmo, que ser crescido é assim, que a infelicidade é o curso natural da vida, que o melhor da vida já eu o passei.
Ou seja, convencem-me de que tenho que aproveitar cada segundo e de que cada segundo tenho que o passar a fazer algo para o matar. E ando eu a matar tempo enquanto o tempo me mata a mim. Estou farta desta apatia, desta afasia, desta filha da putaria.
Lutaram tanto pelo 25 de Abril. Quem me dera a mim lá ter estado, ter tido essa motivação. Era a altura em que a relutância dos tempos em mudar tinha consequências graves como a morte ou encarceramento. Hoje, temos o aumento dos impostos. Não tem a mesma urgência. Não tem o mesmo tom melódico. Não incita as massas à rebelião. "25 de Abril Sempre", gritam eles, na esperança que o 25 de Abril não seja nunca mais.
Meu Deus, deve haver alguma coisa lá fora para mim! Alguma coisa fora do normal! Alguma coisa que eu não estou a ver! Foi-me prometida felicidade. Foi-me prometida tanta coisa. Porque me tiram o Fizz de limão e o Calippo de Coca-Cola e me dão trinta Magnums que sabem todos a cartão? (Mentira, eu até gosto de Magnum. É gelado, porra!) Onde estão os carros voadores que me foram prometidos? E os hologramas? E a Terra ainda não escoou derretida pelo buraco da camada e a Skynet também não acordou. Mas o Captain Planet ainda não se livrou da poluição. Ainda ontem comprei estas calças, já hoje não lhes caibo. Mas prometeram-me um futuro que não vejo realizado.
É agora que a minha paz de espírito se transforma em apatia de espírito. Como sempre, e como todos, sempre tive a sensação, melhor, a crença de que tudo se resolveria. Porque, afinal, se a televisão nos ensinou alguma coisa é que a vida continua, independentemente do que façamos. Cada vez parece que me importo menos, cada vez me sinto menos incomodada por FMIs, troicas, baldroicas, eleições e governos. E quem de nós quer verdadeiramente saber? Sim, pois, há as juventudes partidárias mas também as há para motards e adeptos de tuning e não vemos o país a ser governado por veículos motorizados. Já não queremos saber; o espírito revolucionário está em coma.
Conclusão? Como disse o japonês mirradinho que interpelaram nas notícias no outro dia "os portugueses têm que perceber que os trabalhadores e o patronato têm que trabalhar em conjunto para serem todos mais felizes, não o contrário. Se não quiserem todos o mesmo não funciona. Não dá." Faço do dele o meu conselho. Animem-se; vejam a Rua Sésamo e aprendam a ser amigos e dar as mãos. Já agora, aproveitem e vejam o Conde de Contar, dará muito jeito quando chegar a altura dos impostos.
Não foi isto mais do que um devaneio, uma série de pensamentos, sentimentos, sem nexo que jorraram por meus dedos. Que verborreia. Não teve nenhum fio condutor isto, pois não? Nenhum sentido maior, nenhum grande propósito. Mais uma infantilidade, mais uma perda de tempo. Mais uma perca de tempo. Solha.
Que fome que isto agora me deu.
Ou seja, convencem-me de que tenho que aproveitar cada segundo e de que cada segundo tenho que o passar a fazer algo para o matar. E ando eu a matar tempo enquanto o tempo me mata a mim. Estou farta desta apatia, desta afasia, desta filha da putaria.
Lutaram tanto pelo 25 de Abril. Quem me dera a mim lá ter estado, ter tido essa motivação. Era a altura em que a relutância dos tempos em mudar tinha consequências graves como a morte ou encarceramento. Hoje, temos o aumento dos impostos. Não tem a mesma urgência. Não tem o mesmo tom melódico. Não incita as massas à rebelião. "25 de Abril Sempre", gritam eles, na esperança que o 25 de Abril não seja nunca mais.
Meu Deus, deve haver alguma coisa lá fora para mim! Alguma coisa fora do normal! Alguma coisa que eu não estou a ver! Foi-me prometida felicidade. Foi-me prometida tanta coisa. Porque me tiram o Fizz de limão e o Calippo de Coca-Cola e me dão trinta Magnums que sabem todos a cartão? (Mentira, eu até gosto de Magnum. É gelado, porra!) Onde estão os carros voadores que me foram prometidos? E os hologramas? E a Terra ainda não escoou derretida pelo buraco da camada e a Skynet também não acordou. Mas o Captain Planet ainda não se livrou da poluição. Ainda ontem comprei estas calças, já hoje não lhes caibo. Mas prometeram-me um futuro que não vejo realizado.
É agora que a minha paz de espírito se transforma em apatia de espírito. Como sempre, e como todos, sempre tive a sensação, melhor, a crença de que tudo se resolveria. Porque, afinal, se a televisão nos ensinou alguma coisa é que a vida continua, independentemente do que façamos. Cada vez parece que me importo menos, cada vez me sinto menos incomodada por FMIs, troicas, baldroicas, eleições e governos. E quem de nós quer verdadeiramente saber? Sim, pois, há as juventudes partidárias mas também as há para motards e adeptos de tuning e não vemos o país a ser governado por veículos motorizados. Já não queremos saber; o espírito revolucionário está em coma.
Conclusão? Como disse o japonês mirradinho que interpelaram nas notícias no outro dia "os portugueses têm que perceber que os trabalhadores e o patronato têm que trabalhar em conjunto para serem todos mais felizes, não o contrário. Se não quiserem todos o mesmo não funciona. Não dá." Faço do dele o meu conselho. Animem-se; vejam a Rua Sésamo e aprendam a ser amigos e dar as mãos. Já agora, aproveitem e vejam o Conde de Contar, dará muito jeito quando chegar a altura dos impostos.
Não foi isto mais do que um devaneio, uma série de pensamentos, sentimentos, sem nexo que jorraram por meus dedos. Que verborreia. Não teve nenhum fio condutor isto, pois não? Nenhum sentido maior, nenhum grande propósito. Mais uma infantilidade, mais uma perda de tempo. Mais uma perca de tempo. Solha.
Que fome que isto agora me deu.
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